segunda-feira, 23 de junho de 2008

ARCO VIÁRIO É MOTIVO DE ESPECULAÇÃO IMOBILIÁRIA.

Em 27 de novembro último, o blog denunciava que o projeto de construção do Anel Viária da Baixada havia sido adulterado pelo DER, incluindo Xerém no novo traçado. O projeto original, chamado de RJ-109, previa a ligação do entroncamento das Rodovias Rio-Magé e Rio-Juiz de Fora, em Duque de Caxias, com o porto de Sepetiba, desviando da congestionada Av. Brasil centenas de caminhões que, diariamente, transportam insumos e produtos acabados das indústrias da Baixada, que são exportados para outros Estados e para o exterior. A nota revelava que o “desvio” significava aumentar o percurso em 13 quilômetros , exatamente a distância entre a Linha Vermelha e a Rio-Magé, em Jardim Primavera. O projeto inicial previa que o arco rodoviário, partindo de Sepetiba, cortaria a antiga Rio-São Paulo em Itaguaí, passaria por Nova Iguaçu, São João de Meriti e Belford Roxo e o bairro Capivari, chegando ao KM Zero da Rio-Magé na altura do Hospital de Saracuruna. Naquela ocasião, o vereador Ito denunciou a mudança do traçado e solicitou ao Ministério Público do Estado que investigasse a titularidade das terras no novo traçado do Anel Rodoviário. Agora, circula na internet a informação de que uma empresa de construção civil encaminhou à Secretaria de Obras o pedido de licença para a construção de um edifício de 108 andares, equivalente a 35 metros de altura, no bairro Amapá. O curioso é que esse bairro fica em plena Zona Rural de Duque de Caxias, na divisa com Belford Roxo. Seria no mínimo um despropósito um prédio de tal envergadura num local que não dispõe de infra-estrutura, muito menos praia ou outro atrativo que pudesse justificar tal investimento. Um funcionário da prefeitura, com vasta experiência na área de construção civil e que garante ter visto o processo de licenciamento, revelou que o real objetivo da tal empresa incorporadora é garantir uma polpuda indenização se o DER construir o que está sendo chamado de “Estrada Trans-Amapá”, uma obra viária ligando nada a lugar nenhum. Se confirmada a armação em torno do Arco Rodoviário, quem sairá perdendo é o povo, que pagará não só as obras, mas também a indenização dos espertalhões que estão comprando terras em Xerém a preço de liquidação para faturar alto nas desapropriações.

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